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18 de abr. de 2011

Jesus é traído por um de seus amados discípulos - Fr. José Luís Queimado

 

O Evangelho de hoje nos põe a história mais perturbadora de todo o Cristianismo: Jesus é traído por um de seus amados discípulos. A primeira pergunta que nos vem é por que Judas traiu o Mestre pelo qual nutria tanto amor? Devemos compreender, primeiramente, quais eram as expectativas da época sobre a vinda de um Messias, somente assim entenderemos a decepção de Judas.

No século I de nossa época, o movimento messiânico estava a todo o vapor. Israel celebrava todo ano a sua libertação do poder estrangeiro do Egito – a essa festa, dava-se o nome Páscoa. Entretanto, um novo Império dominava a Terra Prometida já fazia 63 anos, desde a conquista de Israel pelo general romano Pompeu. E isso fazia aflorar o desejo pela libertação e pela autonomia do Povo de Deus. Por isso mesmo, recorriam-se às profecias que falavam sobre o Ungido que havia de vir para libertar o povo da mão do inimigo. O Ungido, em grego: Cristo (Χριστός); em hebraico: Messias (מָשִׁיחַ), era aquele que seria escolhido pelo próprio Deus para um nova libertação do povo de Israel; alguém que viria para destruir as tropas romanas, ou seja, o messias seria um líder guerreiro, poderoso e protegido por Deus.

Judas, um discípulo de Jesus que abandonou toda a sua antiga vida para seguir o novo mestre, pensava ser esse homem o messias guerreiro que iria derrotar as tropas romanas. Ele sabia que os ensinamentos de Jesus não concordavam com a esperança guerreira que ele nutria, mas acreditava que a qualquer momento Jesus se mostraria em toda a sua glória e destruiria o inimigo, em questão de segundos.

Visto ter passado muito tempo, Judas quis entregar o mestre, pois, certamente, havia pensado: entrego o mestre Jesus, e ele se mostra em sua glória, destruindo os inimigos, e eu ainda levo trinta denários, ou seja, trinta moedas de prata. Esse deve ter sido o pensamento de Judas, que não era o de trair e mandar o mestre à morte, mas era o de tentar agilizar o momento da guerra, sonhada por ele. Esse episódio da traição é relatado pelos quatro evangelistas. (Mt 26, Mc 14 e Lc 22).

Não podemos ser juízes quanto à postura de Judas, pois sabemos que ele se arrependeu amargamente, a ponto de tirar aquilo que lhe era mais precioso: a vida! E ele acabou devolvendo o dinheiro, no momento em que percebeu que havia feito uma "burrada". O mesmo acontece com Pedro, o chefe dos apóstolos. Pedro trai Jesus, sistematicamente. Nega que tenha conhecido aquele mestre; diz não ter nenhuma relação com aquele acusado. Qual amigo gostaria de ser desprezado e negado? A atitude de Pedro não é igual à de Judas? Então por que somos tão cruéis com Judas e não com Pedro? Realmente, ambos traíram Jesus, mas houve uma atitude que fez a diferença: Judas não teve coragem de voltar ao mestre e lhe pedir perdão. Acabou fugindo dos problemas, da forma mais radical. Pedro também chora amargamente a traição que fez, mas é corajoso e quer levar em frente a memória do mestre, agora ressuscitado.

Pedro foi capaz de fazer um gesto que muitos de nós não conseguimos: pedir perdão por nossas falhas, por nossas traições e pelas feridas que abrimos em nosso próximo. A diferença entre Judas e Pedro está na coragem de recomeçar, de mudar o presente, pois o passado já ficou na história imutável.

Jesus dizia que era necessário que alguém fizesse esse ato de traição para que ele fosse glorificado, mas lamentava o "destino" daquele que o executasse. Na realidade, Jesus quer amedrontar Judas (que já havia resolvido entregar o "poderoso messias"), para que ele optasse por outro caminho, mas a história nos diz que Judas não ouviu Jesus. Nem por isso podemos dizer que ele está no inferno. Se Deus é infinitamente misericordioso, que perdoa os maiores pecadores, por que haveria de deixar um de seus apóstolos queridos perecer eternamente? É melhor crermos que Deus é capaz de salvar a todos nós, contanto que colaboremos com a construção de um mundo melhor e que queiramos essa salvação. Por isso, limpemos os nossos corações e amemos aqueles que nos dão mais trabalho na vida!

Fr. José Luís Queimado

 

2 comentários:

  1. Eu achei lindo esse comentario. Mudou minha visao sobre esse evangelho.

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  2. maravilhosa a Luz refletida da sua homilia, enquanto é tão fácil punir Judas, usar de reciprocidade ajuda a perdoar. Parabéns que Deus abençoe!

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