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26 de jan. de 2011

Que devo fazer para ganhar a vida eterna? - Pe. Fernando Torres

28 de Fevereiro -

Evangelho - Mc 10,17-27

 

Vende tudo o que tens e segue-me!

            O evangelho de hoje nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação. Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador. Os discípulos perguntaram: "Quem então poderá salvar-se?" A resposta de Jesus é: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível". Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.CNBB

 



          O Evangelho sugere que essa vida plena não está no cumprimento de determinados ritos, mas no amor (a Deus e aos irmãos). Como exemplo, apresenta-se a figura de um samaritano - um herege, um infiel, segundo os padrões judaicos, mas que é capaz de deixar tudo para estender a mão a um irmão caído na berma da estrada. "Vai e faz o mesmo" - diz Jesus a cada um dos que o querem seguir no caminho da vida plena.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 10,25-37)

Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?"

          As pessoas, todos nós, temos nossas idéias, formas de pensar, princípios sobre o que nos parece que é bom é o que é mau. Com essas idéias e essa forma de pensar vivemos, relacionamo-nos, julgamos o que acontece ao nosso arredor, etc. Na maioria das vezes não discutimos essas idéias preconcebidas, esses preconceitos. Assim são as coisas e assim deverão seguir sendo. Não gostamos da mudança. Preferimos os costumes, seguir as tradições, fazer o de sempre. Talvez porque assim nos sentimos mais seguros.  

          Porém, e se o mundo fosse diferente do que nós pensamos que é?  Jesus gostava de romper os esquemas das pessoas que lhe escutavam, falava de outras possibilidades, de outros comportamentos inesperados. O Reino manifesta-se, diz Jesus, não precisamente ali onde esperamos senão justo onde não esperamos.

Jesus é o "oficialmente" bom

          Basta pensar que o diálogo de Jesus é como um mestre da lei. Escreva ou fariseu, dá o mesmo. Era um especialista, um mestre do povo. Era um "socialmente bom". Exatamente igual  o que muita gente pensa dos sacerdotes atuais, que são melhores, que são santos, que estão mais próximo de Deus. Isso era o que pensava o povo daquela época dos mestres da lei. Nessa perspectiva entende-se perfeitamente o diálogo entre Jesus e o mestre da lei. Fazem uma discussão teórica sobre o que são os mandamentos principais. Chegam a uma conclusão clara: para conseguir a vida – interessante assinalar que o mestre da lei se refere à vida "eterna" e Jesus fala só da "vida" – há que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. As idéias, os princípios, estão claras.

          Mas o mestre da lei faz outra pergunta e Jesus aproveita-se da abertura no pensamento do mestre da lei para contar uma história que romperá seus esquemas e os de muitos de seus ouvintes. Porque em sua história o próximo não é o necessitado senão o que se aproxima para cuidar das feridas do necessitado. Porque em sua história aparece um sacerdote e um levita –representante  oficial da religião e do culto no Templo de Jerusalém  – que seguiram adiante.  Tinham outras urgências entre as quais não estava a de cuidar das feridas daquele pobre homem estendido no caminho.

          Por último, aparece um samaritano, um que não pertencia ao povo eleito, que era um pecador público, que não adorava ao Deus verdadeiro nem ia ao Tempo. E esse, precisamente esse, é o que se comporta como próximo. É o modelo a seguir. É o que marca o caminho. Todos nós devermos ter o mesmo comportamento do samaritano,  se queremos ser próximos de nossos irmãos e irmãs necessitados.

Para além dos preconceitos

          Jesus quebra os preconceitos de seus ouvintes e os convida a abrir os olhos: a bondade pode estar presente ali onde menos lha espera. Para além das aparências e dos preconceitos, qualquer um pode nos dar uma lição do que é se comportar como irmão ou irmã, do que significa se aproximar, se fazer próximo do outro, simpatizar com ele, escutar e compartilhar suas dores, suas penas, suas alegrias. Isso é viver a fraternidade. E a fraternidade não está limitada aos limites da comunidade crente nem da Igreja. A fraternidade é sempre fruto da ação do Espírito e o Espírito é livre para atuar lá onde encontra uma boa vontade, um coração sincero e honesto (primeira leitura).

         As leituras, sobretudo o Evangelho, deixam-nos duas lições. Primeiro aprendemos que nosso dever como cristãos, se queremos a vida, devemos nos aproximar de nossos irmãos e irmãs em necessidade sem lhes discrimi­nar por razão de religião, raça, vida moral e nenhuma outra razão. Não é questão de abrir um "escritório" para que vinham senão sair à rua para os procurar.

          E a segunda é que temos que renunciar aos preconceitos, às idéias preconcebidas. São os olhos fechados, os óculos escuros que nos impedem de ver a ação do Espírito que faz maravilhas ao nosso arredor, que vai construindo na singeleza das coisas pequenas o reino de       Deus que é aproxima carinhosa e compassivamente, que é reconciliação e perdão, que é cura e salvação. Porque ele quis reconciliar consigo todos os seres, os do céu e os da terra, fazendo a paz pelo sangue de sua cruz (segunda leitura). Sua vontade é que tenha paz e que se termine o sangue, que nos demos a mão e, reconciliados, construamos o reino.

 

Fonte: Ciudad Redonda

Pe. Fernando Torres Pérez cmf   

 

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