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9 de jan. de 2011

Comentários do Prof. Fernando

Comentários do Prof. Fernando – 9 de janeiro Domingo da Epifania

e semana de 9 a 16 de janeiro de 2011

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09/01 DOMINGO depois da EPIFANIA – BATISMO DE JESUS

= conclusão do Ciclo do Natal

= abertura da PRIMEIRA SEMANA DO Tempo Comum

Is 42,1-7 Sl 29 At 10,34-38 Mt 3,13-17

10/01 Hb 1,1-6 Sl 97 Mc 1,14-20 2ª.f.da 1ª.semana do tempo comum

11/01 Hb 2,5-12 Sl 8 Mc 1,21-28 3ª f.da 1ª.semana do tempo comum

12/01 Hb 2,14-18 Sl 105,1-9 Mc 1,29-39 4ª f.da 1ª.semana do tempo comum

13/01 Hb 3,7-14 Sl 95 Mc 1,40-45 5ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

14/01 Hb 4,1-5.11 Sl 78,1-8 Mc 2,1-12 6ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

15/01 Hb 4,12-16 Sl 19 Mc 2,13-17 sáb.da 1ª.semana di tempo comum

Da Primeira Leitura (Isaías 42):

Eis o meu servo — eu o recebo; eis o meu eleito —

nele se compraz minh'alma; pus meu espírito sobre ele,

ele promoverá o julgamento das nações.

A festa da Epifania é como um grande espetáculo de apresentação da Encarnação do Filho de Deus: no cenário do presépio de Belém os personagens são José, Maria, os pastores, o Menino Jesus no centro e, finalmente, os reis magos ou Sábios que vieram de países distantes porque estudavam não apenas as ciências e a astronomia de seu tempo mas se interessavam também pelo Mistério do Homem e pelo Mistério de Deus. Com essa apresentação ou manifestação (= Epifania) ao mundo os evangelistas encerram a sóbria descrição do início da Salvação, que vai da Anunciação ao Natal em Belém.

Os evangelistas situam o início de uma nova etapa da vida de Jesus numa nova Epifania, uma nova apresentação do Cristo ou Messias na narrativa do Batismo de Jesus. Com cerca de 30 anos, Jesus se manifesta publicamente pela primeira vez na fila dos que aceitam o batismo de João, o profeta que prepara os caminhos para a chegada da Boa Nova da salvação. Durante cerca de 30 anos Jesus teve uma vida escondida na sua pequena Nazaré. Aí também se revela o mistério da Encarnação pois ele é um dentre milhões e milhões de seres humanos que vivem anonimamente em suas famílias e aldeias ou cidades, sustentando-se com o trabalho de suas mãos. Os evangelhos não trazem notícias sobre esse período pois desde que se formaram as primeiras comunidades de cristãos a pregação se concentra no núcleo dos fatos centrais da Paixão e Ressurreição, o anúncio do chamado Kerýgma do qual temos um exemplo típico na leitura de hoje onde se encontra um síntese magnífica no discurso de Pedro.

À volta desse Kerygma foram acrescentados os discursos e narrativas de acordo com a memória e os relatos conservados por diversas testemunhas. Esses “relatórios” constituem as narrativas de palavras, milagres, curas e debates de Jesus durante sua vida pública até sua prisão em Jerusalém. Mateus (cap.3), Marcos (cap.1) e Lucas (cap.3) começam sua proclamação do Reino pela figura de João Batista (que o prólogo de João aponta como o homem enviado por Deus para dar o primeiro testemunho do Verbo que era Deus). Ora, João pregava a conversão anunciando a proximidade do Reino e, para tanto aceitavam o batismo de imersão no rio Jordão. Esse rito, como em muitas religiões era símbolo de purificação e renovação. O batismo de João apresentava características próprias principalmente porque: a) insistia numa purificação mais moral que ritual no sentido de gesto de religião; b) não cabia repetição, considerado como passo de iniciação para uma nova etapa de vida; c) significava uma etapa final considerando-se o batizado membro do grupo que se aceitava como grupo de expectativa da vinda definitiva e próxima do Messias. E, era, finalmente preparação para o batismo de um fogo purificador, um “mergulho” definitivo no Espírito de Deus que seria realizado pelo próprio Messias.

Esse o sentido do “protesto” de João Batista: eu é que preciso ser batizado por ti. O grande mistério da celebração de hoje encontra-se por um lado nesse gesto de Jesus que se coloca na fila dos homens comuns para um rito de purificação – ele que era o Verbo e a fonte da luz para todos os homens. Por outro lado, o episódio do batismo de Jesus é ocasião do Pai apresentar seu Filho bem-amado com o testemunho do Espírito que vem do Céu (sob o símbolo de uma pomba cuja figura não podemos deixar de religar ao “Espírito que pairava sobre as águas” na descrição da primeira Criação (Gênesis 1) e também àquela avezinha que trouxe a Noé o sinal de que o dilúvio e a destruição da humanidade estavam superados pelo renascimento da vida sobre a terra.

Essa apresentação, essa grande Epifania de Jesus Cristo nas águas do Jordão substitui o termo (cf.primeira leitura) usado por Isaías: servo ou servidor por “Filho”. Ele o verdadeiro anunciador do bem, do perdão, da tolerância, do julgamento que leva à verdade verdadeira. Ele que resiste a toda maldade e vem estabelecer a justiça, aliança do povo, a luz das nações. Ele trará luz e visão aos cegos, liberdade aos que estavam prisioneiros da escuridão.

O grande mistério da Encarnação continua nesse gesto aparentemente incoerente de Jesus ao se deixar batizar por João confundido inicialmente com a fila dos pecadores em busca de conversão. Como o nascimento e tantas décadas numa vida absolutamente comum e semelhante à da maior parte dos habitantes da terra (trabalhar, viver em família, construir sua aldeia ou cidade). Como a tentação, os sofrimentos e a própria morte que vai experimentar e, mais ainda, como forma solidária com os perseguidos e pobres, com todos os injustiçados e desprezados que mendigam pão, justiça e amor em todas as sociedades de todos os tempos.

Como já meditamos no domingo da Epifania aos povos simbolizados pelos Reis junto ao presépio, a mensagem central não está nos ritos mas no sentido que eles adquirem em Cristo. Aqui também, no batismo de Jesus, o acento não deve estar no paradoxo do Messias que aceita ser batizado, mas na revelação que esse momento expressa: ele é o Filho, o Espírito está com ele, os céus se abrem, Deus se comunica com o Homem. E tudo isso se realiza no quotidiano da vida. Não devemos parar no brilho dos sinais nem no cenário mas na leitura dos sinais e no sentido apontado por essas cenas.

É ocasião de lembrar também o ritual, os gestos e a graça que nos é dada no nosso batismo (que a comunidade nascente a que chamamos Igreja substituiu aos ritos no rio Jordão). Os batizados se identificam com o Cristo que mergulham na morte a todo pecado ou maldade e emergem ressuscitados porque empapados pelo Espírito divino serão epifania para o mundo, testemunhas da luz que veio a esse mundo para sua salvação.

Há algum tempo houve estranha discussão num canal de TV: no programa um pregador se empenhava em convencer ouvintes na platéia e os telespectadores em casa de que o “único batismo” (tomando as palavras paulinas de “uma só fé, um só Senhor, um só batismo” é aquele realizado por imersão. Dessa forma a discussão sobre os ritos (que têm tantas diferenças históricas e culturais desde a antiguidade) tornou-se mais importante que o significado do símbolo...

Por mais exóticas e extraordinárias que sejam as religiões e seus ritos, nada é mais importante que a Encarnação da Palavra, do Verbo de Deus feito carne. Nós também somos convidados a viver encarnados numa vida humana destinada a se tornar divina pela gratuidade que nos foi dada no Amor.

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Leituras: http://www.cnbb.org.br/liturgia/ (todas numa só Página: mouse+ctrl+Enter numa data)

Leituras da primeira semana do TEMPO COMUM – 2011

10/01 Hb 1,1-6 Sl 97 Mc 1,14-20 2ª.f.da 1ª.semana do tempo comum

11/01 Hb 2,5-12 Sl 8 Mc 1,21-28 3ª f.da 1ª.semana do tempo comum

12/01 Hb 2,14-18 Sl 105,1-9 Mc 1,29-39 4ª f.da 1ª.semana do tempo comum

13/01 Hb 3,7-14 Sl 95 Mc 1,40-45 5ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

14/01 Hb 4,1-5.11 Sl 78,1-8 Mc 2,1-12 6ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

15/01 Hb 4,12-16 Sl 19 Mc 2,13-17 sáb.da 1ª.semana di tempo comum

As Leituras dessa primeira semana do Tempo Comum, concluído o ciclo do Natal, apontam para esse mistério da Encarnação, na carta aos Hebreus cujos primeiros capítulos lidos nesta semana, mostram o Cristo como a Palavra definitiva da comunicação do Pai para conosco e que não podemos ceder à tendência de preferir os ritos da religião à aceitação da verdadeira mediação do verdadeiro sacerdote no qual temos toda confiança.

A leitura dos evangelhos retira dos primeiros capítulos de Marcos a narrativa do ministério público de Jesus iniciado na Galileia, seus primeiros anúncios da boa nova, os primeiros convites à constituição do núcleo básico de discípulos, as primeiras curas e sinais de que o Reino chegou. É o começo de nossa caminhada de meditação e transformação ao longo desse ano de 2011.

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( Prof. FernandoSM. – USU, Rio – fesomor2@gmail.com )

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