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29 de out. de 2010

O Deus da vida não admite que se fabrique a morte - pe Vicente.



A cultura atual nega a morte, embora ela esteja presente na vida das pessoas. O contato com ela leva à percepção da finitude e das limitações humanas. Essa limitação, no entanto, não deve subtrair a esperança, muito pelo contrário, alimenta o homem nessa caminhada para o futuro, para o infinito, para o encontro definitivo com Deus. Na morte, o homem se encontra diante de si e de Deus, tornando-se um grande mistério, no existir.

Na relação com o desconhecido existe o medo; e é normal ter medo do desconhecido. O grande desconhecido hoje é a morte. A morte inspira medo aos homens - mesmo àqueles que confiam em Deus, pelo fato de significar despedida e separação. Tudo o que faz parte da vida de um homem - coisas e pessoas - fica para trás. Pensa-se que a vitória é aqui e agora, o que torna a morte uma coisa vergonhosa. Ela é, porém, uma realidade, uma certeza, embora não se cultive a cultura de falar dela, justamente porque apresenta essa dimensão de finitude, de fracasso.

Muitos ainda não se deram conta de que a morte é um ato da natureza humana, e uma necessidade própria à vida biológica. A morte reflete a intensa dependência do ser humano em relação ao Criador. A história da humanidade é um contínuo processo de busca para prolongar a vida. Em uma sociedade secularizada, a proximidade plena de Deus – a morte – torna-se cada vez mais estranha, porque há um esforço para prolongar a vida cada vez mais. Com isso, como dizer hoje que a morte tem sentido uma vez que todos buscam prolongar a sua vida?

A boa notícia trazida por Jesus é a de um Deus que é Pai, que é amor, que é o Deus da vida. O homem, ao morrer, não se encontra com um soberano aterrador. O homem é posto frente a frente com o amor de Deus. O encontro com Deus revela-se, então, o encontro da miséria humana com a misericórdia divina, o momento no qual o ser humano descobre, de modo radical, a sua dependência inevitável de Deus. É nesse encontro que aparece a chance de dizer o último ‘sim’ a Deus. Com a morte, a pessoa humana vai ao encontro do Deus Uno e Trino e, neste encontro, há ainda a possibilidade de uma nova realidade futura em Deus.

O Deus da vida não admite, no entanto, que se fabrique a morte. Deus, provou ser o Deus vivo, desde sua entrada na história. O Deus que dá a vida ao ser humano e, para o qual, aliar-se a ele sempre tem este significado: optar pela vida, e não pela morte. Uma coisa é crer que a morte é a porta de passagem para o encontro definitivo com Deus; outra coisa é ser indiferente ao que acontece ao nosso redor, aquilo que destrói a vida e que acaba criando condições para a morte de tantos irmãos. A vida é um bem tão precioso que a grande promessa de Jesus é a plenitude da vida para aqueles que vivem a caridade como o bem maior. Esse Deus da vida quer também que a vida terrena seja o mais feliz possível. Não se pode cair no erro de desvincular a vida eterna da terrena, uma vez que a segunda é condição e preparação para a primeira. A vida deve ser cuidada e respeitada por todos, por ser ela um dom de Deus. Tem-se verificado uma falta de cuidado para com a vida: a exclusão social; a marginalização dos povos que sofrem o colonialismo direto e/ou indireto dos países desenvolvidos; a violência em suas diversas faces, roubando a dignidade do homem; a construção de uma cultura que não enaltece a estrutura familiar, antes a despreza e aniquila; a destruição do meio ambiente e em muitos outros fatos onde há sobreposição dos bens materiais sobre os espirituais.

O ser humano, e tudo o que é criado por Deus, precisa de cuidado e de atenção. O cuidado supõe envolvimento, comprometimento com e para com os seres vivos. As coisas criadas devem ser vigiadas. Faz-se isso por saber que Deus optou pela vida. O Deus da Sagrada Escritura opta por tudo o que dá a vida e não compactua com aquilo que a destrói. Pela ressurreição de Jesus, pode se ver que Deus optou pela vida. Depois do que parecia um fim há um novo começo. A morte não é um fim definitivo.

O ser humano é uma unidade – corpo e alma. A perspectiva bíblica não é dualista. A alma não pode ser compreendida separada do corpo. O ser humano é uno, é corpo e alma. A crença na ressurreição da carne é uma verdade fundamental do cristianismo. Como a matéria se transforma durante a vida, depois da morte também acontece uma transformação. Quanto à ressurreição dos mortos, a fé tem sua origem a partir da ressurreição de Cristo. A negação da ressurreição corporal desintegra o fundamento da fé e acaba com a autêntica esperança da salvação. A visão dicotômica atrapalha essa visão

A fé na ressurreição, a certeza de que Jesus ressuscitou, constituiu e ainda constitui a força de muitos que deram e ainda dão a sua vida em favor dos menos favorecidos. A ressurreição de Jesus inaugura um tempo novo na história humana. Deus O ressuscitou e Ele está sentado à Sua direita. A ressurreição de Jesus é o centro do cristianismo e o núcleo da fé cristã. Ele, por sua morte e ressurreição, convoca o homem a viver uma vida nova.

Jesus, após a morte, desce ao inferno, à mansão dos mortos, estendendo a todos a salvação. A partir de Cristo crucificado e ressuscitado, o medo do inferno deveria ser superado. Como Jesus vence o inferno, há a possibilidade de que o homem também o vença. Jesus não foge da luta e nem tem medo de dizer de que lado está. A sua presença sempre se manifesta onde a vida é ameaçada pela morte. Toma o rosto, a defesa, dos fracos. Jesus, o ‘Deus conosco’, vem para romper com as estruturas geradoras de morte.

pe Vicente Paulo Braga, fam

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