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30 de set. de 2010

Precisamos rezar mais - José Cristo Rey

Comentário - A oração essa música de fundo!

Em torno de 57,3% dos espanhóis não rezam ou o fazem ocasionalmente. Em torno de 74,1% dos espanhóis declaram-se católico. No Brasil 73,6 % (dados do IBGE no ano de 2000) declaram-se católicos. Na Espanha as instituições menos valorizadas pelos espanhóis são: a Igreja e as multinacionais, segundo a mesma pesquisa. Em pesquisa realizada Datafolha mostrou que as instituições com maior credibilidade no Brasil são: a Igreja Católica e a Impressa.

Uma vez mais me sinto interpelado por estes dados estatísticos. Sei que podem ser interpretados de formas muito diferentes; e também obtidos de formas diferentes. Dizem-me alguns colegas que em outras partes as coisas são diferentes.

Em todo caso, pensemos em nós mesmos. Falamos muito de oração, exigimos-nos mais oração. Mas, quantos se aproximam de nossas igrejas nos dizendo como diziam a Jesus "ensina-nos a orar!". Será que nossas rezas não os comovem, não os atraem, não parecem interessantes? Nossas liturgias, às vezes tão bem retransmitidas, convidam a orar? Cria nas pessoas esse desejo de serem ensinados na arte de orar? Que é orar?

Desde nossa precariedade

Somos enormemente necessitados e precários. Quantas coisas gostaríamos que fossem diferentes, e não o são! Envolve-nos a limitação, a impossibilidade. A imperfeição desta criação acossa-nos por todos os lados: sentimos a impressão de que as coisas não vão bem. Como são difíceis as relações entre os seres humanos (no trabalho, nas comunidades, na família, na política, nas comunidades eclesiais...).

Uma cidade é um espaço no qual o sofrimento circula em todas as direções. Não somos maus por pura intencionalidade maligna. O somos para sobreviver, para impor nossa justiça quando a outra não funciona, para reivindicar nossos direitos quando os outros não os defendem, para nos ressarcir daquilo que tanto nos faz sofrer. Por trás de todo pecado há uma história precedente, sem redenção. O mal vai sendo pouco a pouco concebido, e ao final explode.

Que venha teu Reino!

Jesus se deu conta desta situação em que nos encontramos. Por isso, nos ensinou a clamar ao Abbá, com todo nosso ser: Venha teu Reino! Não é o reinado de Deus aquele que dia a dia experimentamos; aqui reinam outros senhores. Queremos que seja Deus o único Senhor.

A terra deveria ser a casa "dos filhos e filhas de Deus", o lar da fraternidade e solidariedade. No entanto, estamos dispersos e desunidos. A dor surge por todos os lados. Há tantos seres humanos feridos!

O clamor a Deus para que o mal não nos fira e não se apodere de nós, deveria ser permanente. Jesus pede que nos dirijamos ao nosso Deus como filhos e como amigos. A um filho não se nega nada; tão pouco a um amigo, ainda que seja inoportuno. Tão pouco Deus vai negar a nós, quando é o melhor Pai-Mãe, o melhor e mais fiel amigo.

Devemos ter a consciência de viver na Aliança

O fundamento da melhor oração é a consciência de filiação e amizade. A oração cristã é exercício de aliança amorosa: aliança filial, aliança de amizade, aliança mística.

Nosso Deus não quer que sejamos objetos de seus dons. Nosso Deus deseja nossos desejos. Dignifica nossa condição de pessoas não nos obrigando, mais ativando nossos recursos e poderes.

Deus precisa de nosso "fiat" para seguir criando. Atua desde a relação conosco. Nós podemos obter o melhor de Deus. Assim ocorre sempre numa autêntica aliança de amor, de amizade!

Por isso, é tão admirável a relação entre Abraão e Deus, entre Deus e seus amigos e seus filhos.

Orar é ativar constantemente em nós a relação de aliança com nosso Deus. Quem ora constantemente expressa que está conectado com Aquele que transmite. Deus transmite através de sua Palavra: do livro da Criação e da História, do Livro de sua Revelação (a Bíblia sagrada). Deus nos interpela constantemente quando somos sensíveis à sua presença. O silêncio de Deus é Palavra de Deus em todo momento para quem sabe pôr-se em sintonia. Quem está conectado faz que em sua vida esteja sempre essa "música de fundo", esse clima envolvente, esse vento suave que lhe permite viver confiando e sempre conectado.

Se um pai não falha a seus filhos se um amigo não falha a seu amigo, por inoportuno que seja, falhar-nos-á o Deus e Pai que conosco estabeleceu uma Aliança para sempre?

A oração é a respiração do mundo. Orar permanentemente é apoio, é a corda de segurança, que nos livra dos perigos, ou nos faz os abordar de maneira que os superemos.

Não estamos sozinhos. Alguém está aí disposto sempre a ser nosso Aliado fiel, a nos pedir colaboração para que este mundo e tudo o que o constitui, seja diferente. A maior desgraça para uma comunidade humana é que "se divorcie" de seu Deus, que rompa sua Aliança com Deus. Isto se expressa quando já não fala com seu Deus, quando já não tem súplicas, nem nada pelo que interceder. Então essa comunidade humana fica no vai-e-vem de sua solidão e impotência.

Uma Igreja em Aliança com Deus tem confiança, tem sentido do humor, sabe perder batalhas para ganhar a guerra, é compassiva, tem um olhar amplo, confia na ação íntima do Espírito Santo no coração de todos, sabe que Deus tem caminhos que nós não temos. Uma Igreja em Aliança sabe que sua oração é permanente, constante. A casa está iluminada pela Presença em todas as horas. Não é uma casa em escuridão. Quando assim é, que busquem a luz, nela encontrarão a Presença de Deus.

José Cristo Rey García Paredes

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