Comentário à 1a. leitura do Prof.Fernando

Quarta - 21 de julho - 16ª semana do Tempo Comum

Comentário à 1ª Leitura - Jeremias 1,1.4-10

Eu te fiz profeta das naçõe”.

[Evangelho Produziram à base de cem frutos por semente. Mateus 13,1-9

Jeremias. Entre todos os personagens bíblicos, só sobre Jesus e Paulo de Tarso sabemos mais do que sobre Jeremias. Por suas próprias palavras ficamos conhecendo muito de sua vida. Sabemos, por ex., que era um homem místico, amante da paz; que não queria ser profeta mas, fiel ao chamado que recebeu, acabou sofrendo muita perseguição; que repreendia reis e povo, e assim atraía ódio e até a morte por parte de seu próprio povo. Cresceu sob o reinado mais estável de Judá (os 30 anos do rei Josias) mas testemunhou a queda de Jerusalém (587 a.C) sob a invasão babilônica. Em seus mais de 40 anos como profeta viu sua pátria passar por 3 grandes guerras, 3 exílios, 5 reis, desde o apogeu do reino até sua destruição.

Também tinha muitas semelhanças com Jesus de Nazaré, por seus ensinamentos por meio de parábolas, pelo choro sobre seu povo, por ter sofrido também o açoite, prisão e condenação á morte. Como Jesus, previu (o que acabou acontecendo) a destruição do templo e de Jerusalém (pelos babilônios em 587 a.C. e, pelos romanos d.Cristo no ano 70). Jeremias se tornou um marco referencial para todas as religiões, porque acentua o lado místico do ser humano e a prática de uma religião interior e pessoal. E tudo isso a partir do aprofundamento da própria história e tradição do povo judeu.

O cap.1 é o cartão de visita do Profeta. Como Amós, Isaías e Ezequiel , ele reivindica ser legítimo mensageiro divino. E não só para o povo da Aliança mas “profeta para as nações” (v.5). Sabe que tinha um papel reservado para ele pelo próprio Deus que o consagrou para ser profeta antes mesmo de ser formado no seio materno e antes de nascer. Jeremias ainda tenta livrar-se da missão pois sabe que os profetas são geralmente perseguidos e levam assim uma vida dura e solitária. Mas o Senhor o encoraja e sua consolação é ser defendido pelo próprio Senhor que o envia.

No evangelho a parábola aponta para o que em nós Deus semeia, e, no entanto fica “a beira do caminho” ou “sem aprofundar raízes”; ou o que deixamos, “em lugar pedregoso”, exposto ao calor e fica seco. Mas lembra também que uma parte cai em terra boa e produz muito fruto. A nós cabe estar abertos ao Espírito para sermos pouco a pouco apenas a “boa terra”. Pela oração e na fé, só Ele pode transformar nossos terrenos improdutivos em “terra boa”. Não existe outro adubo ou outro meio que faça nossa vida produzir muito fruto.

( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )